O rei da produção de limão orgânico usa REM e está na Bahia

Fazenda na Bahia se torna modelo de produção sustentável com uso de Remineralizadores de Solo.

Waldyr Promicia é o maior produtor de limão orgânico do Brasil. Sua empresa, a Itacitrus, localizada na cidade de Inhambupe, no Recôncavo Baiano, produz limão desde 2001. A propriedade investiu, durante 10 anos, na transição para o cultivo exclusivamente orgânico, em uma região onde o solo e o clima são desafiadores.

Com 1 mil hectares dedicados ao cultivo do limão (de um total de 2 mil hectares), a fazenda se tornou referência nacional em produção orgânica, toda ela destinada ao mercado europeu. Atualmente, a empresa possui 500 funcionários, sendo uma das maiores geradoras de empregos diretos na região.

História – A história da Itacitrus começou em São Paulo como um negócio familiar. Após a morte do pai, em 2015, Waldyr assumiu o comando da fazenda e consolidou a transição que já vinha sendo iniciada há alguns anos. “Eu percebi que tínhamos que ter um diferencial para permanecermos no mercado”, conta Promicia ao relatar os principais motivos da transição. Para ele, sempre foi um ponto de incômodo a utilização de químicos na lavoura. “Sempre tive um gosto muito maior pelos produtos orgânicos do que pelos convencionais. Lembro que, quando eu era moleque, tive uma intoxicação por veneno, em pulverização de amendoim, e quase morri. Meu pai não queria (migrar para o orgânico). Mas eu queria”, lembra o empresário.

Mesmo assim, o pai resistia à ideia de converter a produção. Foi preciso iniciar devagar, com apenas 40 hectares cultivados segundo os preceitos da agricultura orgânica. A melhoria das relações com a vizinhança foi um dos primeiros benefícios: as queixas dos proprietários vizinhos às pulverizações, antes recorrentes, cessaram. Mas o verdadeiro ponto de virada veio quando, já no primeiro ciclo, a produtividade manteve-se estável e os custos não aumentaram.

A transição completa durou uma década. Entre 2012 e 2022, cada talhão da fazenda foi sendo convertido para o modelo orgânico, um processo que exigiu pesquisa, dedicação e, sobretudo, inovação. O maior desafio, segundo Promicia, foi substituir os insumos químicos por alternativas naturais eficientes, encontrar formas de nutrir o solo e controlar pragas com segurança e eficácia. A resposta veio com os Remineralizadores de Solo (REM) que, somados aos insumos biológicos, permitiram atingir o resultado esperado pelo produtor e exigido pelo mercado internacional.

“Posso afirmar com certeza que o uso dos REM nos deu condições de chegar onde chegamos. Esse insumo, tão fartamente distribuído em todo o território nacional, sustentou a produção e possibilitou o sucesso que alcançamos”, defende Promicia com entusiasmo ao se referir aos resultados atingidos com o uso de REM.

Visão de Futuro – A experiência com o uso dos insumos minerais foi tão positiva que o produtor rural decidiu tornar-se sócio de uma mineradora de REM, já registrada no Ministério da Agricultura, com a convicção de que os Remineralizadores de Solo são uma das ferramentas mais promissoras para o futuro da agricultura brasileira, seja ela orgânica ou convencional. “O que fez eu me tornar sócio de uma produtora de REM foi exatamente o benefício que ele trazia para a minha produção. Vi tanto benefício que pensei: ‘Quando o pessoal descobrir o quão benéfico é o uso desse insumo, esta cadeia de suprimento vai bombar!”, comemora.

Na visão do produtor, os REM representam uma nova fronteira agrícola ao permitir que solos fragilizados se reequilibrem e forneçam qualidade nutricional aos alimentos. Para Promicia, apenas o aspecto visual da fruta não é suficiente para garantir sua qualidade. “Nós temos que nos perguntar: ela tem os nutrientes que deveria ter? O solo de onde ela veio oferece os minerais necessários para que seja um alimento de verdade?”, questiona. Ele reforça que, sem minerais no solo, os alimentos perdem valor nutricional e se tornam apenas produtos bonitos.

Um manejo cuidadoso, em associação com os Remineralizadores de Solo e os bioinsumos, que são produzidos na própria fazenda, formam o tripé do modelo produtivo adotado na Itacitrus. A empresa fabrica seu próprio composto orgânico, combinando material orgânico com REM, e complementa com macro e micronutrientes naturais, quando necessário. Esse sistema, de acordo com o produtor, não apenas preserva o solo, mas garante uma melhoria gradativa e perene. “Se você analisar uma área ao lado da minha fazenda, que eu ainda não abri, não plantei, que está lá na mata virgem, vamos dizer assim, se fizer uma análise daquela área e da que eu cultivo há 20 anos, a minha está muito melhor, do ponto de vista nutricional. É incrível”, exemplifica Promicia.

Atualmente, toda a produção da Itacitrus é exportada para a Europa. A empresa garantiu espaço no mercado externo com controle rigoroso da produção e com certificações que lhe permitem crescer ainda mais no cenário internacional. “Já estamos fazendo esse processo de internacionalização desde o ano 2000 e hoje já podemos ser considerados uma empresa totalmente inserida no mercado internacional. Nós temos 11 certificações, além do orgânico, todas voltadas para o mercado internacional, em especial, o mercado europeu.” O Brasil, segundo ele, ainda não consome orgânicos em escala suficiente para absorver sua produção.

Waldyr Promicia

O sucesso da Itacitrus não é apenas econômico, mas também social. Além dos empregos gerados, a empresa investe em um ambiente de aprendizado. Segundo Promicia, não há necessidade de treinamentos especiais para a produção de orgânicos, basta que os funcionários estejam inseridos na cultura. “Treinamento é mostrar. É trazer para dentro de casa e falar, ‘fica olhando, observa o que nós estamos fazendo, observa qual é o modelo’. E uma pessoa inteligente vai ver por si só as vantagens e os ganhos da agricultura regenerativa, da agricultura orgânica”, diz.

Para o futuro, Waldyr planeja continuar expandindo a produção de limão. Testes com outras culturas, como gengibre e abacate, estão sendo pensados, mas ele acredita que ainda há muito espaço para crescer no mercado atual. Diversificar só será necessário quando atingir sua capacidade máxima de atendimento à demanda de limão orgânico. Ele também aposta que o uso dos REM crescerá no Brasil, embora reconheça entraves logísticos para que isso aconteça em larga escala, como a questão do transporte no país. “Se tivéssemos no Brasil uma malha ferroviária eficiente, nós não teríamos esse problema, bastaria levar (os insumos) para uma ferrovia que atravessaria o Brasil com custo muito baixo. Mas, infelizmente, o Brasil não tem essa condição e, no final, todos, produtores e consumidores, somos penalizados por esta deficiência estrutural”, avalia o empresário.

Sobre o futuro, Promicia defende que a agricultura orgânica faz parte da evolução dos processos. “Eu acho que o mundo está caminhando e sempre caminhou para o lado bom. Sempre buscando melhorias para aquele problema, naquele momento”, explica, enquanto defende que o mais importante é incorporar novas tecnologias para a melhoria contínua. “Essas técnicas não vieram para substituir, mas para somar. Se você continuar no convencional, tudo bem. Mas use essas ferramentas. Você vai preservar seu solo para os seus bisnetos”, recomenda.

“Eu duvido que um produtor, com uma terra em que está usando somente técnicas convencionais, agressivas, vai deixar o bisneto morrer de fome. Eu acredito nisso. E com essas tecnologias modernas, destacando essas duas, os Remineralizadores de Solo e os biológicos, mesmo mantendo a cabeça no convencional, você já vai ter uma sustentabilidade muito melhor na sua lavoura”, conclui.

Fotos: Acervo Itacitrus

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