A ABREFEN reforçou seu papel de liderança do setor de Remineralizadores de Solo e Fertilizantes Naturais ao participar, no final de setembro, da Climate Week NYC 2025, um dos maiores e mais influentes eventos globais dedicados às mudanças climáticas. Realizado anualmente em Nova Iorque, em paralelo à Assembleia Geral da ONU, o encontro reúne líderes governamentais, representantes da sociedade civil, investidores, acadêmicos e empresas comprometidas com a agenda climática.
Consolidada como uma plataforma estratégica para articular soluções, compartilhar experiências e acelerar compromissos em direção a um futuro de baixo carbono, a Climate Week promoveu, ao longo de sete dias, uma intensa programação de conferências, painéis, workshops e encontros bilaterais, reunindo diferentes setores em torno do desafio comum de enfrentar a crise climática e avançar na transição energética e socioambiental.
A presença da ABREFEN no evento reforçou o papel do Brasil como referência global em soluções baseadas na natureza para questões do agro e para a mitigação das mudanças climáticas. Com uma agenda intensa de encontros estratégicos, participação em painéis de alto nível e articulações internacionais, a entidade reafirmou o papel dos REM, FN e da tecnologia de Intemperismo Aprimorado de Rochas (ERW) como poderosas ferramentas para enfrentar os desafios da transição climática global.
A agenda foi viabilizada pelo apoio dos parceiros e empresas associadas, em especial o Grupo Siqueira – uma das empresas fundadoras da Associação – por meio do ex-diretor da entidade e atual coordenador do Comitê Agrocarbono, Fernando Moriya, que participou ativamente da construção da agenda e acompanhou o diretor-presidente Frederico Bernardez e o diretor vice-presidente Ottavio Carmignano na missão técnica. A equipe participou de eventos centrais da programação, como o Brazil Climate Summit, realizado na Universidade de Columbia, e o encontro da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, com propostas para a COP30.
Um dos momentos mais relevantes da participação da Associação foi a presença de Frederico Bernardez no painel “Carbon Harvest: Soil Restoration, Food Security & Negative Emissions in Global Agriculture”, promovido pela Universidade de Cornell, que colocou Brasil, Índia e Quênia em um diálogo para discutir soluções regionais para remoção de carbono. Na oportunidade, Frederico reforçou o papel da ABREFEN como principal representante brasileira do setor de REM e FN e como parte importante da agricultura regenerativa.

“É uma grande honra estar aqui representando a ABREFEN, uma entidade que busca unir ciência, inovação e sustentabilidade para transformar o futuro agrícola”, afirmou Bernardez. Ele destacou o vasto potencial do Brasil, com seus mais de 60 milhões de hectares de terras agrícolas e rica disponibilidade de rochas silicáticas, para liderar a implementação da tecnologia de Enhanced Rock Weathering (ERW), apontada como uma promissora solução natural para a captura de carbono.
Ao lado dos renomados pesquisadores Gabrielle Walker (Rethinking Removals), Ben Houlton (Cornell University) e David Addison (Milkywire), Bernardez explicou que a ABREFEN tem atuado não apenas na difusão do conhecimento técnico, mas também no fortalecimento do marco legal, no apoio à pesquisa e no desenvolvimento de produtos inovadores. “Nosso objetivo é ampliar essa tecnologia, fornecendo assistência técnica, criando incentivos e mobilizando parcerias para transformar rochas em fertilidade, renda e soluções climáticas. O Brasil já tem a solução — agora é hora de escalá-la”, concluiu.
Durante o evento, a ABREFEN também estreitou relações com instituições estratégicas, como a APEX Brasil, por meio do seu Gerente Geral de Assuntos Estratégicos em Nova Iorque, Rodrigo Fonseca, e o Consulado Geral do Brasil em Nova Iorque. Também dialogou com iniciativas, fundos e empresas internacionais, como a YVY Capital, e as associadas Mombak, Terradot e InPlanet – estas duas últimas parceiras da entidade.

Colaboração internacional — No dia 21 de setembro, a ABREFEN realizou uma reunião estratégica com Christopher Neidl, Líder em Remoção de Carbono do High-Level Climate Champions e um dos organizadores do painel da Universidade de Cornell. O encontro, que contou com a participação de Bernardez, Carmignano e Moriya, foi uma oportunidade para apresentar a entidade, compartilhar materiais institucionais e discutir o potencial da tecnologia Enhanced Rock Weathering (ERW) no cenário global.
O diálogo abordou a possibilidade de o Brasil assumir papel de liderança em uma rede internacional de colaboração, envolvendo Índia e África, voltada ao intercâmbio de experiências sobre a implementação da tecnologia. De grande relevância também foram as cartas de apoio de empresas e entidades brasileiras ligadas à cadeia dos remineralizadores, coletadas pela ABREFEN. Foi destacado o valor dessa mobilização coletiva para acelerar a adoção dos REM e FN para o sequestro de carbono por meio do ERW. A conversa ainda incluiu a importância de fortalecer a pesquisa científica, compreendendo as articulações em andamento com a EMBRAPA, reforçando a integração entre ciência, setor produtivo e sociedade.
Revista Novo Solo — A entidade também levou sua produção editorial à Climate Week, distribuindo exemplares da revista Novo Solo, que apresenta os avanços da tecnologia ERW no Brasil e os resultados de campo obtidos por inúmeros produtores rurais que são reconhecidamente casos de sucesso. A receptividade foi positiva, despertando interesse em conhecer mais sobre a legislação brasileira e o modelo de aplicação dos Remineralizadores de Solo e Fertilizantes Naturais em escala nacional.

“A Climate Week foi uma vitrine global para mostrar que o Brasil não é apenas um fornecedor de soluções naturais, mas também um articulador de políticas climáticas inovadoras. A ABREFEN está pronta para liderar esse movimento com base em ciência e sustentabilidade”, destacou Frederico Bernardez.
Os desafios de uma agricultura mais sustentável, a urgência de regenerar os solos e de reduzir emissões convergem para soluções inovadoras, viáveis e de impacto sistêmico. Nesse contexto, os Remineralizadores de Solo e Fertilizantes Naturais se destacam não apenas pela contribuição agronômica, mas também pelo importante papel no sequestro de carbono, por meio do ERW.
A presença da ABREFEN em Nova Iorque reforçou o protagonismo brasileiro em um momento decisivo para a transição climática global. Ao passo que muitos países buscam respostas para enfrentar os desafios da redução das emissões e do sequestro de carbono, o Brasil reúne condições ideais para liderar esse movimento: abundância de recursos minerais, clima tropical favorável ao intemperismo, matriz energética limpa e um marco regulatório robusto, que já reconhece os REM e FN como insumos estratégicos em políticas nacionais de baixo carbono.
Tecnologia do futuro – Os debates em torno da urgência de implantação de medidas para redução das emissões de carbono no mundo confirmaram o que a ABREFEN vem defendendo desde a sua criação: o Brasil, por meio dos Remineralizadores de Solo e Fertilizantes Naturais, detém uma solução testada, escalável e de impacto multifacetado, fundamentada em ciência, validada em campo e que já acontece em nosso território.
Além de seus benefícios agronômicos, o desenvolvimento e a aplicação desses insumos brasileiros também geram novas oportunidades econômicas tangíveis. A produção local de REM e FN não só reduz a dependência de importações, fortalecendo a produção nacional, mas também cria empregos e fomenta o crescimento em diversas regiões, desde a extração sustentável das rochas até a sua aplicação no campo. Esse arranjo agromineral fortalece a economia regional e impulsiona o desenvolvimento planejado de comunidades no interior do país, reduzindo a pressão sobre os grandes centros urbanos e construindo uma distribuição mais equilibrada de oportunidades e qualidade de vida.
Sobre o ERW
A tecnologia Enhanced Rock Weathering (ERW), ou Intemperismo Aprimorado de Rochas, representa uma das soluções naturais mais promissoras para mitigação climática e regeneração dos solos. Baseada em um processo geológico milenar, o ERW aprimora a dissolução de rochas silicáticas moídas, os Remineralizadores de Solo, que, ao reagirem com a água e o CO₂ atmosférico, formam bicarbonatos estáveis que são transportados para os rios e se depositam nos sedimentos oceânicos, onde permanecem de forma estável por milhares de anos.
Essa tecnologia não somente remove o CO₂ da atmosfera, como também libera, de forma gradual, nutrientes essenciais para o solo e as plantas. Essa dupla função – captura de carbono e remineralização agrícola – torna a tecnologia uma ferramenta estratégica para uma agricultura produtiva e ambientalmente responsável.
Saiba mais: abrefen.org.br
Fotos: arquivos ABREFEN